BIOGRAFIA DA ESCRITORA GUIOMAR ROCHA RINALDI
Nasci a 4 de setembro de 1886, na rua Direita, 6, em São Paulo. Meus pais, Antonio Ferreira da Rocha Nobre e dona Philomena Paula Galhardo Rocha, eram fazendeiros em Capivari.
Fui criada por minha avó materna, mas de vez em quando passava temporadas na casa de meus pais . estudei na escola modelo do Carmo e depois na escola modelo Caetano de Campos, aonde passei para a escola complementar, ali tirando meu diploma de professora primaria, em 1902.
Quando era bem pequenina, meu tio Thomaz Galhardo, fazia-me ouvir as diversas estorinhas que então engendrava para seus livros de leitura. Era um teste em mim aplicado para verificar o interesse da criança pelos seus livros. Aos nove anos li meu primeiro romance, foi Guarani. Achei maravilhoso ainda que hoje esteja certa que na época não o entendi completamente. Mas cheguei a dizer de cor o primeiro capitulo! Daí então, lia tudo que me caia nas mãos. Jornais, revistas, romances, e quando não tinha nada para ler, agarrava-me a historia universal, a historia sempre me fascinou.
Aos dezesseis anos passei a morar com meus pais na fazenda Paraíso que, com mais quatro outras fazendas da firma Conceição & Cia, meu pai administrava. Data daí meu encantamento pela natureza. Meus pais e Dr. Loefregen, naturalista conhecido, que observando a atenção que eu dava a sua conversação de homem de grande talento e erudição, sempre me convidava para fazer com ele grandes cavalgadas pela fazenda. Tudo aquilo que se relacionasse a vida, vegetal, mineral ou animal, ele me fazia observar, mostrando a beleza grandiosa da Criação! A natureza era uma religião para ele. Estudei um pouco de musica e com um vizinho, um velhote Frances, Mr Louis Pertus, que me fornecia livros e revistas francesas, ia melhorando o meu Frances bem primário, musica, um pouco de canto, pescaria, caçadas, assim passei cinco anos ate me casar (1907).
Sempre escrevi; mais ainda que tinha sido boa aluna em português jamais soube se sabia ou não escrever. Foi em, creio que 1924, que sob psudênimo de Stela marina, mandei uma meia dúzia de contos para Monteiro Lobato ler, e dar opinião. Mandei escondido de todos de casa. Foi então que recebi dele uma carta maravilhosa! Não só elogiou-me insistindo para que eu dedicasse a literatura como fez publicar na revista do Brasil, um conto meu intitulado “Meu Padrasto”. Foi um auspicioso principio que muito me honrou, mas que pelos muitos afazeres não me foi possível dar continuidade. Assim fiquei durante algum tempo. Em fins de 31 escrevo meu primeiro livrinho didático: “ A Minha Escola”, depois “Os Serões da Fazenda” e mais tarde “ A Mamãezinha”. Tudo o mais que escrevi daí em diante foi feito na melhoramentos, ou para a melhoramentos.
Certa ocasião trabalhei como professora de curso de preparatórios para ginásio, num colégio de Freitas do Belém. Depois fui revisora do diário oficial, nomeada pelo prof. Sud Menucci, que então era diretor da empresa oficial.
